segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Os limites da vaidade infantil" por Renata Borja - Terapia Cognitiva.


É normal que a criança queira imitar a mãe e mulheres que admira e isso pode ser saudável se for moderada e principalmente se a demanda inicial partir da criança. Quando a criança pega o batom da mãe, como uma brincadeira, para passar eventualmente ou pinta as unhas durante uma festinha, não há problema. O problema geralmente se dá por intervenção dos adultos, quando a criança é muito estimulada a ser vaidosa gerando até uma saída precoce da infância. A nossa sociedade atual tem apresentado uma inversão de valores aonde o que se aparenta ser é mais valorizado do que o que realmente se é. A preocupação com as aparências tem levado mais pessoas à depressão. Quando uma criança entende que a mãe e outros à sua volta a valorizam por apresentar um comportamento sexualizado ou mais adulto, essa criança entende que se ela não for bonita e sedutora ela não será amada e nem aceita, e isso poderá comprometer sua auto-estima resultando em sérios problemas na vida adulta. Muitas vezes os pais entendem que se incentivarem esse tipo de comportamento estariam ajudando seus filhos a terem auto-estima e a serem mais aceitos pela sociedade. No entanto, o que acontece na maioria das vezes é o contrário, pois essa criança começa a ter uma auto- imagem distorcida por não ter sido estimulada a gostar de si, estando ou não estando dentro dos padrões estéticos disseminados. Caso isso ocorra ela poderá se tornar uma pessoa vazia que superestima as ameaças externas e não confia nos próprios recursos, o que colabora para a depressão, transtorno de ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo, transtornos alimentares, entre outros… O equilíbrio está em valorizar a criança nas suas qualidades e incentivá-la a ser autônoma proporcionando a possibilidade dela se sentir amada, valorizada e aceita pelo que é e não pelo que teria que demonstrar.



Nenhum comentário:

Postar um comentário